Rotary International, Rotary Portugal D1970

Dia Mundial da Mulher: A mulher rotária

Ninguém duvida das capacidades das mulheres por todo o mundo. Guerreiras, ativas, com vontade de arregaçar as mangas e mudar o mundo.

No Rotary, é marcante a pegada permanente que cada mulher deixa. As mulheres são participantes ativas do Rotary, sempre prontas a ajudar as suas comunidades, atuando em posição de liderança. E este ano rotário é exemplo disso, com a primeira presidente de Rotary Internacional após 118 anos: Jennifer Jones.

Companheira do Rotary Club de Windsor-Roseland, no Canadá, Jennifer é fundadora e presidente da premiada empresa Media Street Productions Inc. Ela tem doutoramenro em direito e já presidiu a junta diretiva da Universidade de Windsor e da câmara regional de comércio de Windsor e Essex. Foi homenageada com o vários prémios.

Jennifer Jones
Jennifer Jones, primeira mulher presidente de Rotary Internacional

Atual curadora da Rotary Foundation, Jennifer entrou no Rotary em 1997 e já serviu à organização como vice-presidente, diretora, moderadora da Assembleia Internacional, líder de treino, presidente de comissão e governadora de distrito. Teve papel de destaque na iniciativa de reposicionamento da Marca Rotary a frente do Grupo Consultivo de Fortalecimento do Rotary. Ela é co-presidente da Comissão End Pólio Now. Jennifer liderou também o telethon #RotaryEmAção, evento virtual assistido por mais de 65.000 pessoas e que arrecadou fundos para o enfrentamento da covid-19. 

Mas se hoje temos milhares de mulheres na nossa organização, a conquista deve-se décadas de esforços de companheiros de todo o mundo e diversas votações em Conselhos de Legislação anteriores. E tudo começa em 1950 quando o Rotary Club da Índia propõe uma emenda para eliminar a palavra “masculino” dos Estatutos Prescritos para o Rotary Club durante o Conselho de Legislação que se reuniu na Convenção do Rotary de 1950.

Em 1964 a programação do Conselho de Legislação contém uma emenda proposta por um Rotary Club em Ceylon (atual Sri Lanka), a solicitar a admissão de mulheres nos Rotary Clubs. Os delegados votam a retirada da proposta. Duas outras propostas solicitaram que mulheres fossem elegíveis à associação honorária, mas as propostas também são retiradas.

Já no ano de 1972, à medida em que mulheres adquirem mais destaque nas suas profissões, mais clubes começam a solicitar permissão para admiti-las. No Conselho de Legislação de 1972, um Rotary Club dos EUA propõe a admissão de mulheres ao Rotary. Passados cinco anos três propostas pela admissão de mulheres são encaminhadas ao Conselho de Legislação para consideração na Convenção de 1977. Um clube brasileiro propõe que mulheres sejam admitidas a título de associadas honorárias. O Rotary Club de Duarte, EUA, admite mulheres em seu quadro associativo violando os Estatutos do RI e os Estatutos Prescritos para o Rotary Club. Devido a tal violação, o clube é desativado em março de 1978, sendo reativado apenas em setembro de 1986.

No início da década de 80 o Conselho Diretor do RI e Rotary Clubs da Índia, Suécia, Suíça e Estados Unidos propõem uma emenda segundo a qual deveriam ser removidas dos Estatutos e Regimento Interno do clube e do RI, quaisquer referências aos associados que dessem a entender que eles fossem do sexo masculino.”

Entre 1983 e 1986 num processo movido pelo clube de Duarte, em 1983, o Tribunal Superior da Califórnia dá vitória ao Rotary International mantendo que mulheres não deveriam ser admitidas em Rotary Clubs naquele estado. Em 1986, o Tribunal de Justiça da Califórnia reverte a decisão, evitando que a provisão fosse adotada. A Suprema Corte da Califórnia recusa-se a ouvir o caso, o qual é encaminhado à Suprema Corte dos EUA.

A 4 de maio de 1987, a Suprema Corte dos Estados Unidos decide que os Rotary Clubs não podem impedir a admissão de mulheres no seu quadro associativo. O Rotary declara que qualquer Rotary Club nos Estados Unidos tem permissão de admitir mulheres qualificadas. O Rotary Club de Marin Sunrise, na Califórnia (antigo Larkspur Landing) é fundado em 28 de maio, tornando-se o primeiro clube a admitir mulheres depois da decisão da Suprema Corte dos EUA. Sylvia Whitlock, do Rotary Club de Duarte, Califórnia, foi a primeira mulher a ser presidente de um Rotary Club.

Sylvia Whitlock, do Rotary Club de Duarte, primeira mulher a ser Presidente de um Clube.


Em novembro de 1988, o Conselho Diretor do RI reconhece o direito de Rotary Clubs no Canadá admitirem mulheres com base em uma lei canadense semelhante à sustentada pela Suprema Corte dos Estados Unidos. E no ano seguinte na sua primeira reunião após a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos em 1987, o Conselho de Legislação aprova a admissão de mulheres ao quadro associativo dos Rotary Clubs de todo o mundo.

No ano de 1995, em julho, oito mulheres tornam-se as primeiras governadoras de distrito: Mimi Altman, Gilda Chirafisi, Janet W. Holland, Reba F. Lovrien, Virginia B. Nordby, Donna J. Rapp, Anne Robertson e Olive P. Scott, e dez anos depois, Carolyn Jones começa o seu mandato como a primeira mulher a servir como curadora da Rotary Foundation. Em 2008, Catherine Noyer-Riveau assume o mandato de diretora, tornando-se a primeira mulher a integrar o Conselho Diretor do RI. Ja em 2012, Elizabeth Demaray começa seu mandato, tornando-se a primeira mulher a servir como tesoureira do RI, e no ano seguinte, Anne Matthews começa seu mandato como a primeira mulher vice-presidente do RI.

Em 2019 Brenda Marie Cressey inicia o mandato como a primeira mulher a servir na função de vice-chair da Rotary Foundation. Entre abril e junho de 2019, ela foi a chair da Fundação, a primeira mulher a servir neste cargo também. Em 2020, a atual presidente de Rotary Internacional, soube que iria ser a primeira mulher presidente.