Quadro Associativo
Rotary Portugal D1970

“O capital humano é a força motriz do movimento”, Carlos Martins sobre o Desenvolvimento do Quadro Associativo

Agosto é o Mês do Quadro Associativo e Desenvolvimento de Novos Clubes do Rotary International. No Distrito 1970, a Comissão Distrital do Desenvolvimento do Quadro Associativo é presidida por Carlos Martins, com quem estivemos à conversa para conhecer um pouco melhor os objetivos para este ano rotário.

Carlos Martins
Carlos Martins, Presidente da Comissão Distrital do Desenvolvimento do Quadro Associativo

Distrito 1970: Como está organizada e quais as responsabilidades da Comissão Distrital do Desenvolvimento do Quadro Associativo?

Carlos Martins: Os pilares do movimento rotário, desde a sua fundação, assentam no relacionamento e na valorização das qualidades profissionais. Os termos decorrem da dedicação de pessoas e a importância na sua união em clubes. Daí, desde a primeira reunião, de conhecimento dos seus membros e a apresentação de diversas ideias, que foram sendo acrescentadas ao plano de ação, a comissão entendeu que as duas principais orientações deveriam dimensionar o valor das pessoas, como base fundamental, a qual servia de maior força para a existência dos clubes. E como? Porque a comissão acha que pessoas apaixonadas pelo movimento, acrescentarão dinamismo aos clubes, devidamente organizados, para que se cumpram os objetivos de Rotary. Assim, criamos duas estruturas de acompanhamento e, se possível, servir de polo dinamizador do Distrito, com a formação de uma equipa para a criação de proximidade com as pessoas e outro conjunto de companheiros vocacionados para a valorização do grupo, organizados em clubes. Pretendemos respeitar os membros dos clubes, com a primazia para a retenção, fundamentada no valor que consideramos muito importante, que se pode designar como um olhar de respeito, pelas rotárias e rotários. Por outro lado, pela especificidade de cada clube, estabelecemos fórmulas diferentes, tendo em conta as suas diferenças, para incremento do companheirismo e a disponibilidade do grupo, promovendo manifestações das suas qualidades profissionais e humanas a favor de terceiros, que assim valorizarão a existência de Rotary.

Sendo agosto o Mês do Quadro Associativo e Desenvolvimento de Novos Clubes, que prioridades identifica para o Distrito 1970 enquanto Presidente da Comissão responsável por esta área?

Esta comissão tem a certeza de que só com a ajuda de sócias e sócias, integrantes de clubes dinâmicos, pode atingir os seus objetivos. Por isso, as subcomissões constituídas estão disponíveis para colaborar com as rotárias, os rotários e os clubes, de forma a conseguir cumprir o que consideramos o maior desígnio; a existência de um movimento rotário forte, no nosso Distrito, devidamente alinhado com a visão e as metas estabelecidas e oportunamente identificadas pela nossa presidente de Rotary International. Como sabemos, Jennifer Jones realçou a importância da retenção, como a questão mais urgente, porque há a consciência de que o movimento não pode perder o seu ativo mais importante, que são as suas sócias e os seus sócios. Por outro lado, esta estabilidade nos clubes só se conseguirá com a existência de um sentido de pertença de cada, que permita ultrapassar pequenas questões em prol de um coletivo forte. E este sentimento fortifica quando percebemos que a nossa tarefa é a favor de terceiros, que beneficiam dos resultados das nossas qualidades profissionais e humanas. Por isso, não fará sentido perder sócias e sócios com excelentes qualidades e, sempre que possível, estar disponível para a necessária renovação de ideias e reforço de soluções, o que passa por aproveitar candidaturas, que venham aumentar o nosso potencial e dar valor aos clubes.

Pretende, então, valorizar as pessoas, os membros como ativo mais importante do movimento.

Quando usamos a expressão “Companheira” ou “Companheiro”, estamos a percorrer um caminho de união, de pertença, de alegria, de muitos outros adjetivos, que nos possam qualificar. Esta comissão vai tentar ir pouco mais longe e demonstrar que cada sócia ou sócio deve ser a nossa maior motivação. A força de cada elo, dará alento a um lema que todos nós conhecemos; de que juntos seremos sempre mais fortes. Cada elo é muito importante, se formos capazes de estar em permanente uso das várias perguntas e interiorização das nossas respostas à Prova Quádrupla. Com esta consciência, a comissão gostaria de ser uma espécie de cola, que una e fortaleça o movimento, pela soma das virtudes dos percursos individuais, que torne o grupo mais forte e coeso, com exemplos de posturas íntegras, capazes de gerarem uma perceção do que cada um acrescenta ao clube, constituído por gente que gosta de gente. O capital humano é a força motriz do movimento, daí que precisamos de pessoas apaixonadas por Rotary, orgulhosas dos seus comportamentos, somados em gestos coletivos, à dimensão de cada clube, que percebam o que Rotary nos pede e que nos motive a participar.

A atração e retenção de membros passará também por aí…

Esta será uma das questões de dúvida permanente. Qual é a razão para permanecer em Rotary? Julgamos que não existe uma só resposta, devido à diversidade existente e que nos é pedido para aumentar. Os conceitos de Diversidade, Equidade e Inclusão acompanham a evolução do movimento. Hoje, temos um mundo diferente. E esta oportunidade, de momento menos felizes, pode ser o inicio de novos horizontes, para os quais também estamos e continuaremos a ser chamados. Consideramos a retenção fundamental, pois seria uma pena estar a perder pessoas que já conhecemos e que estimam Rotary. É preciso saber ouvir, estar atento, acompanhar as possíveis etapas de vida, quando a disponibilidade e a vontade possam esmorecer. E é nesses momentos que o Rotary faz sentido, pela verdade que nos acompanha, a designação dos valores de Rotary, levados à prática por pessoas de bem, prontas a ajudar e a apoiar, com exemplos de vida, que agregam e criam condições de manter quem faz parte. E com esta forma de estar, o movimento será um local de aconchego, pela vontade de pertença, se a imagem do clube estiver sólida, por ter um grupo coeso e dinâmico, construindo exemplos, para atração de pessoas que ainda não são rotárias, mas que têm em si as caraterísticas que Rotary pretende.

Neste caso, haverá um papel importante dos clubes. Como vê esse papel?

A soma das partes constrói um todo. Julgamos que é indiscutível a força do movimento, pois está assente em líderes profissionais. Às vezes, pode demorar um pouco mais de tempo a construção de um grupo forte, pela forma como um clube é constituído. E quanto maior a Diversidade, Equidade e Inclusão, mais demorada pode ser a criação de um clube forte. Mas o caminho mais fácil, por norma, não é o que proporciona resultados sadios. Podemos ter a noção de que é preciso apresentar resultados e procurar meios de atalhar caminho. A cada clube, na nossa opinião, compete encontrar o seu ritmo e a dedicação ao movimento. A somar a estes dois fatores, na criação de um grupo forte, os clubes devem ter a vontade de serem parceiros ativos da comunidade, seja ela próxima ou distante. Por isso, esta comissão tem a noção de que deve ouvir e partilhar boas práticas, com o cuidado de não impor ideias ou projetos, que funcionam, mas que podem não ser aceites ou enquadrar em áreas geográficas diferentes. E como os clubes são muito importantes, criamos um grupo de comunicação, em plataformas WhatsApp, com os representantes dos clubes das comissões do Quadro Associativo, já em funcionamento e a aumentar em número de participantes, para partilha de opiniões e dicas de comportamento, tendo por objetivo o bom relacionamento com os clubes. Iremos estar em contacto permanente com os clubes, mas também disponíveis para ações isoladas, em momento presencial ou por meios digitais, de forma a cada clube tenha a certeza de que não está só.

A simplicidade que sugere acaba por conduzir inevitavelmente a um companheirismo sadio?

As Companheiras e os Companheiros são seres humanos, que se distinguem por formas de estar diferentes. Acreditamos que o conforto de estar num grupo também é um desígnio que nos motiva. Pensamos, que o gosto em estar juntos, vai ao encontro das vontades individuais e dá sentido aos princípios que o Rotary proclama. Tal como refere Jennifer Jones “para viver no tipo de sociedade que deseja, você tem que ajudar a construí-la”. Esta frase demonstra que não é preciso conceber ideias arrojadas, nem somar palavras complexas, para que saibamos o que se pretende. A nossa visão, mais a soma do nosso espaço, podem ser a mola que concretize a construção de um caminho, que nos orgulhe e sirva de modelo. E seremos felizes com as coisas simples, que una seres humanos, em ritmos diferentes, mas com os conceitos de que todos somos importantes, porque “temos a responsabilidade de fazer as coisas acontecerem. Nós não imaginamos o ontem, mas sim o amanhã”, como muito bem diz a nossa presidente de Rotary International.

Esse renovar do companheirismo poderá traduzir-se no desejável aumento do número de clubes?

A consciência de cada rotária ou rotário, como membros de clubes rotários e das novas gerações, pode contribuir para a urgente formação de membros dos clubes. Pensamos que o conhecimento dos valores de Rotary, as questões da Prova Quádrupla, os princípios rotários, a contínua divulgação do que fazemos, pode funcionar como elo agregador de quem quer fazer parte. O desafio é conseguir que haja uma partilha efetiva de emoção, mas também de conhecimento, com um projeto de mentoria pleno, em que os conhecimentos são para todos e transmitidos de forma harmoniosa, com sentido prático, numa aquisição de condutas que nos orgulhem e elevem os valores de Rotary.

Uma vez que refere a questão da simplicidade, e focando-se nesse ponto, tanto no conteúdo como na extensão, que respostas tem para os clubes neste ano rotário?

Na medida do possível, precisamos de ajuda para valorizar as duas razões de criação de Rotary; a amizade e os contactos profissionais. Como somos um movimento de serviços, pela existência das razões anteriores, ao dedicarmos algum tempo a favor de terceiros, seremos parte de clubes dinâmicos, com raízes sólidas nas respetivas comunidades. Para que estes pilares sejam concretizáveis, a comissão está disponível para ajudar em questões de organização, porque os olhos devem ver o que o espelho mostra, porque se gostarmos de estar, a paixão existirá e seremos pessoas realizadas e com vontade de aumentar o número de companheiros e de clubes, onde sabemos que vamos gostar de ir, para rever amizades. Esta comissão, na forma como está organizada, está pronta para acompanhar as metas definidas, assentes na Diversidade, Equidade e Inclusão, incluindo a promoção de Rotary, as parcerias com os Núcleos Rotary de Desenvolvimento Comunitário, as novas gerações, os seniores em Rotary e outros projetos, no pressuposto de que juntos somos capazes de fazer a diferença.