40ª Conferência do Distrito 1970 já teve início com os primeiros oradores

A primeira manhã da 40ª Conferência do Distrito 1970 abriu ao som dos Bombos do Centro Novais e Sousa e da Mimo’s Dixies Band.

Após a cerimónia da abertura, passaram pelo palco Ana Paula Silva e Goreti Machado, Presidentes dos Rotary Clubs Braga Norte e Braga, respetivamente, que deram as boas vindas aos presentes à cidade de Braga e desejaram a concretização de uma Conferência produtiva.

Seguiu-se Rogério Cardoso, Presidente da Comissão Organizadora da Conferência, que destacou o convite feito pelo atual Governador do Distrito 1970, José Alberto Oliveira, ainda em 2021, para abraçar este desafio. Após falar de um percurso que culminou na realização desta Conferência na cidade de Braga, Rogério Cardoso desejou a todos os presentes uns bons trabalhos.

Convidado à Conferência, Ricardo Rio, Presidente da Câmara Municipal de Braga, reconheceu “o mérito enorme do Rotary”, e destacou o tema: Diversidade, Equidade, Inclusão. “Nos tempos atuais, estes são os três indicadores que medem o nível de desenvolvimento de um território”, salientou o autarca bracarense.

Referiu a importância da participação das mulheres nas áreas de decisão, na ciência, no ensino e no mundo profissional. Numa altura que a cidade de Braga conta com cidadãos de mais de 130 nacionalidades, num ambiente diverso, não deixou de dar destaque para a sua boa integração e acolhimento profissional.

Em representação do Distrito 1960, esteve o seu Governador, Vítor Cordeiro, que deu ênfase à incerteza da época que vivemos. “Não podemos ficar indiferentes, pelo que temos de ser motores da mudança”. Para tal, é necessário “contribuir para fazer surgir uma nova cultura” em Rotary, disse, porque “só aí estaremos a cumprir a nossa missão”.

O Governador do Distrito 1960 concluiu ao afirmar que o tema Diversidade, Equidade e Inclusão foi “muito bem escolhido e oportunamente colocado pela presidente Jennifer Jones”.

José Alberto Oliveira, Governador do Distrito 1970, subiu ao palco começando por dizer “É bom estar aqui e falar deste tema”.

O Governador disse ser importante operar uma revolução em torno dos valores da Diversidade, Equidade e Inclusão, e que é essa revolução que vai fazer do Rotary uma organização líder a nível mundial.

“Temos uma mulher Presidente pela primeira vez. Isso mostra tudo aquilo que podemos fazer: onde juntos vemos um mundo onde pessoas entram em ação para causar mudanças duradouras em si mesmas e em todo o mundo”, concluiu José Alberto Oliveira.

Mário César Camargo ex-Diretor e Representante da Presidente do Rotary International concluiu abertura da Conferência. Após referir a antiguidade de Portugal, colocou-se na pessoa “daqueles navegadores” que desbravaram o mundo. “Tal como os navegadores portugueses, também no Rotary testamos novos formatos”, disse Mário César Camargo ao comparar com o percurso da organização pelo mundo, desde a sua fundação até aos dias de hoje.

O Representante da Presidente do Rotary deu destaque igualmente para os desafios e oportunidades com que o Rotary se depara: apelar aos jovens, com a divulgação das atividades do Rotary junto destes, e apostar na participação das mulheres no sentido de diversificar e aumentar o quadro associativo.

“Ação, imaginação, motivação e coração. Está nas nossas mãos fazer o futuro do Rotary”, concluiu Mário César Camargo.

Painel Reflexão sobre Diversidade, Equidade e Inclusão nas Empresas

João Luís de Sousa, do Vida Económica, moderou o painel Reflexão sobre Diversidade, Equidade e Inclusão nas Empresas, no qual participaram Luísa Fernandes, da Farfetch, e Sandra Caldas, da Work3 – Engenharia e Consultoria.

Luísa Fernandes destacou a diversidade de género e de nacionalidades na empresa, que assume já uma dimensão global, e que tem uma equipa específica que ajuda garantir a aplicação de políticas de Diversidade, Equidade e Inclusão entre os seus colaboradores.

Com 65% das posições de liderança femininas, toda a comissão executiva é sensível a estes temas, ao estar envolvida nas iniciativas levadas a cabo pelas diversas comunidades étnicas e de causas presentes na empresa, e atuando mesmo como mentores. Na Farfetch “as palavras não são apenas palavras, existe preocupação, e esta vem de cima”, assegurou Luísa Fernandes.

Ao referir que “Portugal é um bom porto de acolhimento de mão-de-obra estrangeira”, destacou o ponto forte do idioma para receção de colaboradores brasileiros.

“As pessoas fazem parte da empresa, lucram com a empresa. Todos eles recebem ações quando são admitidos”, concluiu Luísa Fernandes, fazendo ainda referência para as componente variáveis de remuneração conforme o mérito e os bónus.

Sandra Caldas, em representação da Work3 Engenharia e Consultoria, referiu que a Diversidade, Equidade e Inclusão, na sua empresa, é um “não tema”, pelo simples facto de que esta acontece naturalmente, e que, quando se está perante colaboradores, não interessa se são homens, mulheres, jovens… são técnicos! É apenas um reflexo da sociedade. Temos cada vez mais mulheres com formação e capacidade de resposta”, evidenciou.

Na Work3, pelo facto de determinado colaborador ser mulher ou homem não será favorecido, pelo que a inclusão existe de forma natural pelas competências de cada um. Tal é refletido na equidade dos vencimentos, em vouchers, e em prémios mensais e aumentos referentes à prestação do ano anterior, segundo Sandra Caldas.

Igualmente, a formação é determinante. “No final do ano, reunimos, e cada um traz as suas ideias do que há-de ser a formação para o ano seguinte”, assegurou Sandra Caldas. “Não é só uma questão técnica” de atualização de competências, referiu, mas de todos se sentirem valorizados. “Estarmos bem a trabalhar é o mais importante. É fundamental haver um equilíbrio entre a vida profissional e pessoal”, concluiu.

No final do painel atuou a Tun’ao Minho – Tuna Académica Feminina da Universidade do Minho.

Teresa Freire Themudo, GRACE – Associação Empresas Responsáveis

Teresa Freire Themudo, Coordenadora da GRACE – Associação Empresas Responsáveis, começou por referir que o GRACE nasceu em 2000 da necessidade de trabalhar a sustentabilidade e criar um grupo de reflexão em Portugal.

“A Diversidade, Equidade e Inclusão são muito mais do que igualdade de género, ou integrar pessoas com deficiência”, referiu Teresa Freire Themudo. “Ainda bem que temos aqui exemplos de empresas onde esta não é uma questão”, referiu, “mas infelizmente ainda é um tema em muitas empresas”.

Como associação empresarial, o GRACE atua ao nível da sustentabilidade como um todo, prestando apoio aos seus associados no sentido de promoverem a saúde mental, a comunicação sustentável, eventos inclusivos, e, no fundo, criar “empresas com impacto”.

Teresa Freire Themudo referiu ser o papel da associação como um “facilitador” ou “acelerador”, ao trazer o tema da cidadania e auxiliar a cumprir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

Salientando que ainda há muito por fazer em Diversidade, Equidade e Inclusão, recordou que os estudos provam que as empresas apostadas neste paradigma são mais ricas e nível individual e financeiro. “Já não é um tema de fazer porque fica bem. Já é um tema estratégico”, disse. “Se as empresas não entendem que devem seguir estas políticas, rapidamente estão fora do mercado”, tendo acrescentado de seguida, “para além de trazer impacto para a capacidade financeira de uma empresa trá-lo, diretamente, para as suas pessoas.

“As empresas também existem com um propósito de criar legado, e estas não existem sem pessoas”, concluiu a Coordenadora do GRACE.

O Altice Forum Braga recebe, nos dias 19 e 20 de maio, a 40ª Conferência do Distrito 1970 do Rotary Internacional. O Governador José Alberto Oliveira traz para “a festa máxima do distrito, fecho de ouro de trabalho de um ano rotário, encontro de confraternização e de apresentações inspiradoras” o tema da Diversidade, Equidade e Inclusão.