Rotary Portugal D1970, Rotary Talks

ROTARY TALKS – “Saúde materno-infantil”

Se nada fizermos, é possível que o índice de desenvolvimento humano retroceda a níveis de 1990”

O Governador Sérgio Almeida dedicou o Rotary Talks de abril à saúde materno-infantil, abordando a temática nas vertentes da saúde de clínica geral, saúde psicológica e direitos jurídicos, numa sessão que aconteceu no passado dia 30 de abril e que teve o condão de nos despertar para a necessidade de manter a atenção e não permitir que se percam direitos conquistados.

Beatriz Imperatori, diretora executiva da UNICEF para Portugal, abordou o tema da vacinação, lembrando que “enquanto todos não formos vacinados, nenhum de nós estará a salvo. Não termos o mundo vacinado é criarmos pandemias dentro de pandemias”. E, em tempos de pandemia, a covid-19 agravou, em Portugal, “a pobreza em 15%, incluindo abandono escolar e diminuição da proteção”, visto que as crianças deixaram, por força do isolamento, de ter contacto com quem pode perceber os sinais de fragilidade. “Se nada fizermos, é possível que o índice de desenvolvimento humano retroceda a níveis de 1990”, alertou, fazendo a distinção entre isolamento físico e o isolamento social.

Ana Rodrigues é consultora jurídica da CNIS (Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade) abordou “Os direitos da mulher e da criança”. No que diz respeito aos direitos reprodutivos, “a crise pandémica afetou, essencialmente, as mulheres”, que passaram a viver uma situação “de vulnerabilidade acrescida” na condição de gestantes e mães. “A pandemia provocou um retrocesso nas condições de acesso à maternidade, ao parto, ao acompanhamento dos recém-nascidos, etc.”, explicou.

“Os impactos da pandemia variam em função do género e existem impactos de género nas políticas de combate à pandemia”, denunciou a jurista.

A temática da saúde materno-infantil tende a adquirir maior fragilidade em grupos de refugiados. “Existem vários fatores de risco para os refugiados, nomeadamente: ser mulher, idade, saúde, experiência, violência, grau exposição a eventos traumáticos, tempo de estadia em campos de refugiados, cultura, língua, grupo de pertença, o medo da deportação”, elencou Rosário Suaréz, coordenadora do gabinete de saúde mental da JRS – Sérviço Jesuíta de apoio aos refugiados, antes de explicar o acompanhamento permanente que é dado a estes cidadãos.

O Rotary Talks tem como parceiros a Católica Porto Business School, Fundação AEP e a Fundação Manuel António da Mota. A sessão  foi aberta a todos e transmitida através da plataforma ZOOM  e no facebook do Distrito Rotário 1970.