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O Plano de Ação do Rotary – Subsídios de Grande Escala

Uma forma significativa pela qual os membros do Rotary estão a aumentar o seu impacto é através dos Subsídios de Grande Escala. Esta iniciativa multimilionária financia projetos de grande escala e impacto com capacidade de atrair parceiros excecionais e aproveitar o conhecimento e energia dos membros do Rotary. O primeiro Subsídio de Grande Escala foi para a Parceria pelo Fim de Malária na Zâmbia, um programa que já formou 2500 agentes comunitários da saúde e cujo objetivo é reduzir a incidência daquela doença.

Mas, para realmente cumprir a prioridade do Plano de Ação de ampliar o nosso impacto, os membros devem sempre ter a escalabilidade em mente quando planearem os seus projetos — não apenas se quiserem concorrer ao Subsídio de Grande Escala.

Para entender melhor o potencial dos membros do Rotary em ampliar os seus projetos, conversámos com dois especialistas em mudança social: Larry Cooley, membro do Rotary e consultor internacional de desenvolvimento; e Cecilia Conrad, CEO da Lever for Change e assessora sénior da Fundação John D. e Catherine T. MacArthur, que ajudou a criar o desafio global 100&Change de 100 milhões de dólares em subsídio.


Qual a vantagem para o Rotary ao ampliar a escala do seu trabalho?

CECILIA: Em primeiro lugar, devo dizer que o Rotary é uma rede incrível — não consigo pensar noutras organizações semelhantes ao Rotary. Isso é um atrativo para parceiros em potencial, que procuram conhecimento e capital social locais, recursos que não costumam ser fáceis de serem encontrados. Estou a falar das pessoas necessárias para colocar as coisas em movimento. Os membros do Rotary têm papéis comunitários, por serem líderes cívicos e empresariais. E ainda há o grande potencial dessas pessoas em se unirem, aprenderem entre si e enfrentarem questões globais.

LARRY: Não há como resolver grandes problemas a menos que se ultrapassem os obstáculos e envolva a comunidade. Os especialistas em saúde não conseguem tratar de todos os problemas sozinhos. Os engenheiros são capazes de projetar e construir algo, mas isto não quer dizer que sejam especialistas em marketing ou em comunicação social. E todas as mudanças requerem confiança. Os membros do Rotary são líderes locais confiáveis e apolíticos, com experiência em profissões e culturas, e os Rotary Clubs estão presentes em todo o lado. Poucas organizações têm o capital e o alcance do Rotary.

Que tipo de pensamento os membros do Rotary devem ter para serem bem-sucedidos na expansão local ou global dos seus projetos?

LARRY: Eu conversei com muitos dos meus amigos no Rotary sobre como as coisas importantes acontecem na organização. Em praticamente todos os casos, grandes iniciativas começaram com o empreendedorismo de um rotário ou rotaractista. Quase sempre, essa pessoa falou com outras até formar um grupo para tratar do problema. Para fins de escalabilidade, esse tipo de iniciativa ainda é indispensável. Mas há outros tipos de intervenção em que o Rotary e os seus membros têm o potencial de pensar, planear e atuar em maior escala.

Embora os clubes sejam sempre a base, o Rotary tem uma rede muito grande e o potencial de aproveitar as ligações entre seus membros e clubes com objetivos partilhados para que a solução englobe vários problemas importantes. No caso da erradicação da poliomielite, os clubes e distritos estão profundamente envolvidos, mas o trabalho também colheu benefícios de uma infraestrutura organizativa que permitiu a sua escalabilidade. Os resultados são evidentes com o mundo cada vez mais perto de se livrar desta doença. Este é um bom exemplo, mas foi uma exceção — a questão agora é como criar mais exceções!

CECILIA: Eu acho que as Bolsas Rotary pela Paz são um grande trunfo. Foi com esse programa que soube o que o Rotary fazia. Os bolseiros dos Centros Rotary pela Paz podem ser importantes canais de informação e agentes de ligação entre os clubes. E também existem os Grupos Rotary em Ação, Grupos de Companheirismo, Comissões Interpaíses, parcerias com organizações comunitárias que trabalham para um propósito ou um objetivo em comum. Vamos sempre necessitar de pessoas locais comprometidas com mudanças positivas. E o Rotary tem isso. Mas como unir essas pessoas ao apoio e recursos de que precisam? É isso o que queremos dizer quando falamos de escala. Tem menos a ver com o valor da moeda do que com o poder de conseguir alcançar mais pessoas, em mais lugares, isso porque o trabalho que se faz com uma grande rede funciona.

LARRY: Sabemos que nem tudo o que o Rotary faz deve ser ampliado. Existem muitas necessidades imediatas da comunidade como um todo e de cada um dos seus integrantes, e a escalabilidade não deve comprometer os projetos de curto prazo dos clubes. O meu pai era rotário, bem como o seu pai. O meu irmão e eu somos rotários. Vi, em primeira mão, a necessidade das pessoas trabalharem juntas a nível comunitário, seja em prol de crianças que precisam de cadeiras de rodas, famílias que precisam de alimentos ou mesmo para montar uma sala de leitura numa biblioteca. E, individualmente, os clubes fazem projetos maravilhosos em países como Uganda, Guatemala e Índia, ao transformar vidas de formas significativas. Porém, por melhor que sejam, estes trabalhos individuais deixam de aproveitar um dos grandes atributos do Rotary, que é a junção de forças para resolver problemas maiores.

O que diria aos membros do Rotary que olham para os problemas do mundo e se perguntam o quanto de diferente eles realmente podem fazer?

CECILIA: É importante concentrarmo-nos no que pode dar certo. O Community Solutions, o mais recente vencedor do subsídio 100&Change da Fundação MacArthur, está a abordar a questão dos sem-abrigo nos Estados Unidos. Como este é grande problema, estão começar com uma estratégia que visa uma população específica e vão ampliando a sua rede, ao formar uma compreensão do que funciona em diferentes lugares para só então iniciar a expansão.

LARRY: E como todas as organizações, o Rotary é melhor nalgumas coisas do que noutras. Se o problema exigisse a mobilização de um imenso capital, provavelmente o Rotary não teria tanto poder de mudança. Por outro lado, se o problema exigir a confiança e a colaboração de pessoas além de divisões culturais, religiosas, políticas ou geográficas, o Rotary tem uma enorme vantagem comparativa. É necessário um conjunto muito especial de competências para organizar e motivar as pessoas — para criar a infraestrutura relacional. Essa é a vantagem do Rotary, e quando se reúnem essas competências para resolver problemas, o potencial é ilimitado.

Para ligar o seu clube a Subsídios de Grande Escala, escreva para programsofscale@rotary.org

Adaptado de Rotary International