Mensagem Mensal do Governador
SÓ TEMOS UMA TERRA
Proteção ambiental, aquecimento global, alterações climáticas, temas que têm incendiado opiniões. Cimeiras e acordos internacionais sucedem-se sem grandes resultados. Ativistas alertam para uma emergência enquanto outros refutam estudos académicos e científicos que anunciam uma tragédia global. O mundo está politicamente dividido nessas matérias, impedindo consensos ou ações significativas. Fortes crenças e tradições antropocentristas, que colocam a espécie humana como separada, superior, no centro do Universo – tudo o que existe, planeta, natureza, demais espécies e ecossistemas, terá sido concebido e desenvolvido para servi-la, para a sua total satisfação -, influenciam os julgamentos éticos sobre a interação com o meio ambiente.
As evidências são avassaladoras. O aquecimento do planeta aumenta cerca de 0,2 °C por década (um aumento de 2 °C em relação às temperaturas da época pré-industrial tem um impacto negativo considerável no ambiente natural e na saúde e bem-estar humanos, incluindo um risco mais elevado de ocorrerem alterações ambientais perigosas, até catastróficas, a nível mundial. Por esse motivo, a comunidade internacional reconheceu a necessidade de manter o aquecimento global abaixo dos 2 °C e de prosseguir os esforços para o limitar a 1,5 °C).
Na génese desse fenómeno está o efeito de estufa. Devido à atividade humana, a concentração de alguns gases, naturalmente presentes na atmosfera terrestre e que servem como paredes de vidro retentoras do calor do sol, está a aumentar para níveis incomportáveis. Entre eles encontram-se o dióxido de carbono (CO2), o metano, o óxido nitroso e os gases fluorados. As principais causas são bem conhecidas pelos cientistas: queima de carvão, petróleo ou gás, destruição de florestas, especialmente devido ao aumento da atividade pecuária, digestão dos alimentos ingeridos pelo gado bovino e caprino que produz gigantescas quantidades de metano; fertilizantes com azoto que produzem emissões de óxido nitroso; e gases fluorados, emitidos pelo equipamento e produtos que os utilizam.
Os humanos enfrentam também uma onda de poluição que afeta os mais diversos ambientes, apresentando diferentes causas e consequências: atmosférica – segundo a Organização Mundial de Saúde cerca de oito milhões de pessoas morrem, por ano e em todo o mundo, devido à má qualidade do ar. Este tipo de poluição está também diretamente relacionado com chuva ácida, intensificação do efeito estufa e mudanças climáticas -; hídrica – uma grande parte da população mundial não tem acesso a água limpa, potável, desencadeando diversas doenças e mortes -; e solo – afeta a produtividade, atrai a presença de organismos vetores de doenças, contribui para a contaminação das águas e entra na cadeia alimentar -.
Assim, a proteção do meio ambiente, deste bem que todos temos em comum, é uma das áreas de foco do Rotary International, empenhado em apoiar projetos e atividades que reforcem a conservação e proteção dos recursos naturais, que promovam a sustentabilidade ecológica e que fomentem a harmonia entre as comunidades e o meio ambiente. Através da The Rotary Foundation, as comunidades que servimos recebem formação, subsídios e outros recursos. Apoiamos soluções locais e estimulamos a inovação no sentido de tratar as causas e reduzir os efeitos das alterações climáticas e da degradação ambiental.
José Alberto Oliveira, Governador do Distrito 1970
Juntos podemos mudar o mundo através de soluções mais ecocêntricas, focadas na proteção do meio ambiente. Só temos uma Terra e queremo-la saudável para as próximas gerações. É o mínimo que podemos fazer. Na realidade, tudo começa nos nossos próprios hábitos de consumo, incluindo os alimentares.