Rotary International

Gordon McInally transforma ethos em ação

O segundo escocês a presidir o Rotary inicia sua agenda repleta de esperanças.

Gordon McInally cresceu em Portobello, uma pitoresca área costeira de Edimburgo conhecida pela sua bela praia de areia clara e quebra-mar de madeira projetando-se das águas do estuário Firth, formado pelo rio Forth. A sua mãe era proprietária de um berçário particular, e o seu pai trabalhava para a Macdonald & Muir, a produtora dos uísques Glenmorangie. O seu saudoso irmão, Ian, era três anos mais novo. Os dois passaram grande parte da infância praticando e assistindo jogos de râguebi.

Gordon e Heather conheceram-se no final da adolescência, e o relacionamento deles nasceu quando foram à Florença, na Itália, integrando o coral combinado formado pelas duas escolas que os dois frequentavam separadamente, em Edimburgo. “Nós não ficamos colados um ao outro; fazemos as nossas atividades individuais”, informa Heather McInally. “Isso acontece até mesmo no Rotary. Eu sou de um e-club, que é satélite do Rotary Club de Selkirk, e o  Gordon é do Rotary Club de South Queensferry. As nossas vidas sempre foram assim, em grande parte devido a compromissos de trabalho, já que exercemos profissões diferentes. Somos independentes, mas quando voltamos para casa, depois do trabalho ,conversamos sobre como foi o nosso dia.

Gordon concorda com a esposa. O casal tem duas filhas, Rebecca e Sarah, e dois netos, Ivy e Florence. “A Heather é muito, mas muito tolerante mesmo, e tem sido um grande apoio para mim ao longo dos anos”, afirma ele.

Gordon e Heather em Yetholm junto com as suas filhas Sarah Wardell (à esquerda) e Rebecca McInally.

“Ela é franca e direta nas suas palavras e opiniões, Ela fala das coisas como elas são de fato, o que me faz confiar muito nela. Depois que faço uma apresentação ou discurso, todos me dizem que foi ótimo. Já a Heather diz a verdade, mesmo que me doa! Eu sei que não conseguiria ter sucesso na presidência sem o inestimável apoio dela.”

Quando se casaram na Craigsbank Parish Church, que fica em Edimburgo, Gordon tornou-se membro da Igreja da Escócia, tendo sido anteriormente membro da Igreja Metodista. Atualmente diácono e mantenedor da igreja, Gordon já serviu como presbítero, presidente do conselho conaregacional da sua paróquia e comissionário da assembleia geral da Igreja da Escócia.

“Os meus pais incutiram em mim, e no meu irmão, este dever de ajudar e cuidar dos nossos semelhantes, hábitos que certamente continuarei a ter por toda a vida. Tenho a minha fé pessoal e cresci numa família com crença semelhante à minha e igualmente forte, fatores esses que impactaram minhas escolhas de vida e carreira.” 

Gordon reformou-se em 2016, depois de três décadas como proprietário e administrador de um consultório odontológico que tinha a agenda sempre cheia. Ele foi professor, além de ter presidido a sucursal da Sociedade Britânica de Odontopediatria. Depois de viver muitos anos em South Queensferry, o casal mudou-se para Scottish Borders depois que deixou de exercer a profissão diariamente, um objetivo atingido após mais de 30 anos de planeamento.

“Todo o tempo em que trabalhei como dentista, era comum a Heather e eu falarmos que um dia teríamos uma casa em Borders. O apelo da região era ainda mais forte em mim, pois os meus antepassados eram de lá. “A minha mãe veio de uma família de agricultores, tendo inclusive nascido numa quinta a cerca de 25 km daqui. Eu costumo dizer que o meu DNA finalmente voltou para casa.”


A jornada de Gordon no Rotary começou aos 26 anos. Ele entrou no club de South Queensferry depois de ser convidado por um amigo fazendeiro que era membro da igreja frequentada pela sua família. “A princípio, eu vi no Rotary Club uma ótima forma de fazer amizades na cidade e prestar serviços que beneficiassem a comunidade em geral. Conforme o tempo foi passando e eu conhecia mais o trabalho realizado pelo Rotary em todo o mundo, mais eu ficava viciado na organização.”

Exceto por um período de três anos, quando Gordon era associado do Rotary Club de Kelso, que acabou por fechar, ele entrou e permaneceu no clube de South Queensferry. Ele serviu como governador de distrito em 1997-98 e presidiu o Rotary International na Grã-Bretanha e Irlanda (RIBI) em 2004-05, ano do centenário do Rotary.

Pouco antes disso, ele foi à Ruanda e à África do Sul ajudar órfãos da SIDA e do genocídio de 1994, em Ruanda. Posteriormente, participou da implementação de um projeto feito em parceria com a Hope and Homes for Children, para prover alimentos, abrigo, medicamentos e educação a órfãos nos dois países. Gordon é patrono desta organização, que está agora colaborando com o governo ruandês no desenvolvimento de um sistema nacional de proteção à criança para amenizar o impacto advindo da separação dos membros da família e fornecer alternativas dignas quando isso acontece.

O trabalho do Gordon no continente africano acabou por se estender ao Quénia. Pouco antes da pandemia de covid-19, ele foi ao país como voluntário de uma iniciativa liderada por membros escoceses do Rotary. Lá, ele realizou exames odontológicos em Nyumbani Village, uma eco-aldeia autossustentável com moradias e apoio para órfãos que vivem com os avós. Ele também ajudou a reformar as casas dos moradores.

“O Rotary é um ótimo veículo para cuidar e ajudar os outros, que me possibilita fazer amizades em diversos lugares e, como consequência, eu acabo ganhando uma compreensão melhor do mundo. Tudo isso, juntamente com o crescimento pessoal, continua tendo um grande apelo para mim e me motiva a compartilhar essas experiências com os outros.”


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