Rotary Portugal D1970

40ª Conferência do Distrito 1970 prossegue focada na Diversidade, Equidade e Inclusão

A manhã de sábado da 40ª Conferência do Distrito 1970 abriu com a boa disposição da Mimo’s Dixie Band que, no dia anterior, havia já proporcionado momentos de bom humor por diversas ocasiões.

Rogério Cardoso, Presidente da Comissão Organizadora da Conferência abriu o segundo dia dos trabalhos com boa disposição pelo facto de a organização do evento ter sido levada a bom porto, confessando-se 50% mais aliviado: “Ontem foi um dia superior”, disse, “falta só o dia de hoje. Boa conferência!”

José Alberto Oliveira, Governador do Distrito 1970

O Governador disse que apesar de ter chegado a altura de refletir sobre aquilo foi bem feito, aquilo que poderia ter sido feito ou aquilo que poderia ter sido feito melhor, “agora é o momento de celebrar e pensar no futuro”.

“Ontem falou-se sobre a importância da Diversidade, Equidade e Inclusão nas empresas. Todas as empresas têm um departamento de DEI e perceberam que tem de o fazer, princípios ou por sobrevivência”, disse José Alberto Oliveira relativamente ao dia de ontem,

“Hoje, vamos falar da organizações sem fins lucrativos e do próprio Rotary!”, concluiu o Governador.

Ana Barroso, Autora do livro “Sina da Mulher Cigana? Um Complexo Processo de Autonomização”

Ana Barroso, Autora do livro “Sina da Mulher Cigana? Um Complexo Processo de Autonomização”.

Ana Barroso lembrou as conquistas das mulheres desde o século XIX até aos dias de hoje, tais como o direito ao voto, à saúde, aos cargos públicos, embora no entanto ainda existam focos de discriminação.

No entanto, essa não é a realidade da Mulher Cigana, que, em pleno século XXI, tem uma função de invisibilidade social, fruto de uma cultura tradicionalmente assente em tradições machistas.

As meninas ciganas, lembrou Ana Barroso, obedecem ao pai desde cedo, casam prematuramente, e depois irão cumprir obediência ao marido. São educadas desde pequenas para cuidar da casa e dos filhos, e abandonam a escola mal atingem a puberdade para cumprir essa função. “Não precisam de formação para serem esposas”, disse.

A exclusão social faz parte do dia-a-dia, não se tendo encontrado solução, e Ana Barroso dá como exemplo a existência de turmas apenas de etnia cigana e o difícil acesso à habitação social.

Ana Barroso concluiu que “são necessários esforços de parte a parte” e que a “a mulher cigana é uma minoria dentro de uma minoria”.

Painel: Capacitação, Talento e Performance versus Etnia, Género e Incapacidade

Paula Ferreira, do Alto Comissariado para a Migração, Vera Barbosa, da Associação Humanitária BeAlive, e ainda Ana Silva, da Amplos e Opus Diversidades, participaram num painel dedicado à capacitação, talento e performance quando estão presentes questões de etnia, género e incapacidade. Contou com a moderação de Cristina Sousa, da I Have the Power.

Paula Ferreira, do Alto Comissariado para a Migração, Ana Silva, da Amplos e Opus Diversidades, e ainda Vera Barbosa, da Associação Humanitária BeAlive, participaram num painel dedicado à capacitação, talento e performance quando estão presentes questões de etnia, género e incapacidade. Contou com a moderação de Cristina Sousa, da I Have the Power.


Paula Ferreira, Alto Comissariado para a Migração

Paula Ferreira apresentou o Projeto de Apoio ao Empreendedorismo do Alto Comissariado para a Migração, que promove o foco na promoção do indivíduo.

Em bairros desfavorecidos, o projeto envolve famílias e promove a autonomização, ajudando em diversos passos, como por exemplo a elaboração do plano de negócios.

Ana Silva, Amplos e Opus Diversidade

Ana Silva começou por explicar que a Amplos é a única associação que apoia pessoas com identidades de género não normalizadas ou estigmatizadas. Esta associação surgiu quando uma família se viu confrontada com uma adolescente que decidiu falar sobre a sua sua sexualidade.

Ao afirmar que os rótulos continuam a ser importantes, as pessoas que destes saem continuam a ser discriminadas, desde os mais novos aos mais velhos.

Desde as dificuldades em aceder ao mercado de trabalho, são problemas que começam na escola, que Ana Silva não considerou ser um local seguro para a comunidade LGBT+

Considerando que ninguém escolhe como é, a pessoa simplesmente nasce assim, Ana Silva concluiu que “as pessoas não têm de aceitar ninguém, as pessoas têm de respeitar.”

Vera Barbosa, Associação Humanitária BeAlive

Vera Barbosa falou da Associação Humanitária BeAlive, que atua nos países da CPLP, nomeadamente na Guiné-Bissau, onde há uma mortalidade infantil de 77 casos por mil nascimentos.

Apresentando-se como associação médico-cirúrgica, é constituída por profissionais de saúde, que tentam transformar o mundo num lugar melhor para todos por aqueles que não conseguem ter acesso aos cuidados.

O financiamento da associação é feito exclusivamente por donativos, mas também pela venda de produtos por vendedoras locais.

No final do painel, a Tuna Universitária do Minho animou o auditório.

Pedro Neto, Diretor Executivo da Amnistia Internacional Portugal

Pedro Neto, Diretor Executivo da Amnistia Internacional Portugal.

Pedro Neto começou por felicitar o Distrito 1970 pela escolha da Diversidade, Equidade e Inclusão como tema para a sua Conferência, e afirmou que estes valores devem ser promovidos porque são contrários ao sistema económico, político e financeiro em que vivemos.

“A discriminação atinge por por vários fatores”, disse Pedro Neto, “e por vezes passa de uma forma invisível por todos nós”.

Destacando que “às vezes é preciso discriminar positivamente”, Pedro Neto afirmou que “é preciso que a sociedade civil se ponha ao caminho”.

Mara Duarte, Presidente da Comissão Diversidade, Equidade e Inclusão do Distrito 1960

– Mara Duarte, Presidente da Comissão Diversidade, Equidade e Inclusão do Distrito 1960.

Após Mara Duarte ter agradecido o convite para estar presente na Conferência do Distrito 1970, referiu que a Diversidade, Equidade e Inclusão fazem parte do ADN do Rotary, e que estes temas “ fazem parte e devem fazer parte do nosso dia-a-dia”.

E lançou desafios: “O que vamos fazer amanhã? Qual o testemunho que vamos dar?”

“Temos claramente de liderar o caminho. Ser rotário é uma responsabilidade para connosco próprios e para com aqueles que olham para nós como os que causam tudo aquilo que ali está escrito”, concluiu Mara Duarte.

Manuela Briote, Presidente da Comissão Diversidade, Equidade e Inclusão do Distrito 1970

– Mara Duarte, Presidente da Comissão Diversidade, Equidade e Inclusão do Distrito 1960.

Manuela Briote tomou para si as palavras de Jennifer Jones, em como os jovens são “o agora”, e que neles reside a tomada de consciência da Diversidade, Equidade e Inclusão.

A atual Presidente da Comissão Diversidade, Equidade e Inclusão do Distrito 1970 deu conta que, tal como na vida, estar em Rotary em processo de aprendizagem contínuo, e que “estamos aqui todos para aprender sobre Diversidade, Equidade e Inclusão”.

Painel: o Rotary em Portugal

Fernando Regateiro, Presidente da Comissão Executiva da Fundação Rotária Portuguesa, e Roberto Carvalho, Presidente da Direção da Associação Portugal Rotário / Revista Portugal Rotário, estiveram em palco para participar num painel sobre o Rotary em Portugal. A moderar esteve José Alberto Oliveira, o Governador do Distrito 1970 do Rotary International.

O Governador, após ter dado destaque ao que tem sido feito em Portugal, nomeadamente a colaboração entre os dois Distritos, e ter feito a distinção entre Fundação Rotária Portuguesa e The Rotary Foundation, passou a palavra aos dois convidados.

Fernando Regateiro, Presidente da Comissão Executiva da Fundação Rotária Portuguesa, e Roberto Carvalho, Presidente da Direção da Associação Portugal Rotário / Revista Portugal Rotário, estiveram em palco para participar num painel sobre o Rotary em Portugal. A moderar esteve José Alberto Oliveira, Governador do Distrito 1970 do Rotary International.

Fernando Regateiro, Presidente da Comissão Executiva da Fundação Rotária Portuguesa

Fernando Regateiro atribui o mérito da Fundação Rotária Portuguesa a todos os que a ajudaram a construir, pelo que a actual Comissão Executiva tem um profundo respeito pela sua herança.

Ao falar de uma fundação em constante renovação com novas áreas de atuação, mas também atenta aos problemas que atingem a comunidade em áreas tão diversas, como a saúde, fome, pobreza, Fernando Regateiro não deixou de dar destaque às bolsas de estudo e ao papel importante que a instituição revelou durante a pandemia de covid-19.

Roberto Carvalho, Presidente da Direção da Associação Portugal Rotário / Revista Portugal Rotário

A importância de todos os rotários receberem a Revista Portugal Rotário foi destacada por Roberto Carvalho no início da sua intervenção, que falou ainda do website renovado, com uma base de dados completa, onde todos os membros podem aceder ao que de melhor se faz em Portugal e no mundo,

“Não somos nada se a comunidade não souber quem nós somos”, disse Roberto Carvalho, ao referir-se à importância da comunicação e da divulgação, até mesmo entre os dois Distritos portugueses.

Voltando a falar da Revista Portugal Rotário, referiu-se à mesma como um veículo omnipresente no país, sendo frequente ser encontrada em consultórios, ou outros locais, constituindo por isso uma boa forma de divulgar as atividades do Rotary junto da comunidade.

José Alberto Oliveira, Governador do Distrito 1970

José Alberto Oliveira revelou que o AVC, acidente vascular cerebral, é uma doença que mata um em cada seis portugueses, apresentando o nosso país a mais elevada taxa de mortalidade da Europa Ocidental por esta doença.

Nesse sentido, foi assinado um protocolo com a Portugal AVC – União de Sobreviventes, Familiares e Amigos, de quem esteve presente o seu Presidente António Manuel Pereira da Conceição.

O Presidente aceitou e louvou este envolvimento do Rotary com a associação, e deu o seu exemplo pessoal como sobrevivente e incapacitado pela doença. A associação presta auxílio aos sobreviventes, familiares e cuidadores, e José Alberto Oliveira ficou particularmente impressionado com a existência dos grupos de ajuda.

Um bom exemplo do Rotary Club de Valpaços

Daniela Borges nasceu num ambiente desfavorecido e, com a ajuda do Rotary Club de Valpaços, completou o Ensino Secundário e a Licenciatura em Medicina na Faculdade de Medicina na Universidade do Porto.

Daniela Borges nasceu num ambiente desfavorecido e, com a ajuda do Rotary Club de Valpaços, completou o Ensino Secundário e a Licenciatura em Medicina na Faculdade de Medicina na Universidade do Porto.

Manteve um emprego para auxiliar as despesas escolares após terminar o Ensino Básico e durante todo a Licenciatura, e o apoio do clube rotário de Valpaços foi fundamental para o prosseguimento dos seus estudos.

“Desde muito pequenina que eu ansiava voar alto”, disse Daniela Borges, ao referir-se aos anos da licenciatura como complicados, mas que permaneceram, ficaram. “Permitiram-me crescer”, confessou. “Muito obrigada por tudo e por tanto”, agradeceu emocionada.

O Altice Forum Braga recebe, nos dias 19 e 20 de maio, a 40ª Conferência do Distrito 1970 do Rotary Internacional. O Governador José Alberto Oliveira traz para “a festa máxima do distrito, fecho de ouro de trabalho de um ano rotário, encontro de confraternização e de apresentações inspiradoras” o tema da Diversidade, Equidade e Inclusão.