Artigos do Governador 2024/25

Recursos Hídricos e Saneamento

Os 193 Estados membros da Organização das Nações Unidas (ONU) adotaram, em 2015, a Agenda 2030 – em vigor desde 2016 -, com o objetivo de mobilizar esforços conjuntos e globais que permitam atingir, até ao início da terceira década do século XXI, o desenvolvimento sustentável, não deixando ninguém para trás. Foram definidos 17 “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” (ODS), que fixam metas de sustentabilidade, com referência a cinco princípios fundamentais o Planeta, as Pessoas, a Prosperidade, a Paz e as Parcerias.

De entre estes Objetivos consta o de “Garantir a Disponibilidade e a Gestão Sustentável da Água Potável e do Saneamento para Todos” (Objetivo 6) .

Foram estabelecidas diversas metas, a saber: Alcançar o acesso universal e equitativo à água potável para todos, a preços acessíveis (Meta 6.1); alcançar o acesso a saneamento e higiene adequados e equitativos para todos, com especial atenção para as necessidades das mulheres e meninas e das pessoas que se encontram em situação de espacial vulnerabilidade (Meta 6.2); melhorar a qualidade da água, reduzindo a poluição, aumentando o tratamento de águas residuais não tratadas e aumentando a reciclagem e a reutilização (Meta 6.3); aumentar a eficiência no uso da água em todos os setores e reduzir substancialmente o número de pessoas que sofrem com a escassez de água (Meta 6.4); implementar a gestão integrada dos recursos hídricos (Meta 6.5); proteger e restaurar ecossistemas relacionados com a água, como rios, aquíferos, lagos, montanhas, florestas e zonas húmidas (Meta 6.6).

Rotary encontra-se perfeitamente alinhado com este objetivo, dedicando parte substancial do seu trabalho precisamente às temáticas da água, do saneamento e da higiene.

No nosso país, e na comunidade europeia de que faz parte, as pessoas, de um modo geral, têm acesso a água potável, a saneamento e à higiene. Importa aqui assegurar a sustentabilidade, continuando a adotar políticas e comportamentos que representem a nossa harmoniosa relação com a natureza.

Porém, noutras regiões do mundo a realidade não é a mesma, sequer aproximada. Pelo que, neste particular aspeto do nosso trabalho, temos que pensar e agir considerando que viver Rotary não é apenas servir no nosso clube, na nossa comunidade, no nosso Distrito e no nosso país. Ser rotário é ter em vista que somos parte de uma organização internacional presente em cerca de 200 países, que estende a sua ação a praticamente todos os recantos do mundo, por mais remotos que sejam.

Vários Companheiros e clubes do nosso Distrito, com o apoio da Fundação Rotária e parcerias com outros clubes, outros Distritos e com diversas entidades não rotárias, têm desenvolvido e implementado projetos em países e regiões carenciados, garantindo o abastecimento de água potável e melhorando as condições de saneamento e de higiene das suas populações, com benefício para muitas pessoas, merecedoras, como nós, de condições de vida humanas e dignas.

Este notável trabalho tem de continuar a fazer parte do elenco das nossas prioridades, devendo ser-lhe dedicada a nossa atenção, seja através das nossas doações, seja através do nosso trabalho voluntário, seja através da nossa habilidade para organizar parcerias de boa vontade. Estaremos, assim agindo, a cuidar do nosso planeta, das pessoas que o habitam e do direito que têm à prosperidade e à paz.

Neste mês de março, atentemos, pois, no tema que Rotary lhe dedica e ousemos assumir que o clube a que pertencemos não conhece fronteiras.

ANTÓNIO SIMÕES PINTO
Governador 2024-2025 do Distrito 1970 do Rotary International