Paquistão arranca com segunda campanha nacional de vacinação contra a poliomielite em 2025

O segundo Dia Nacional de Imunização (NIDs) contra a poliomielite teve início esta segunda-feira, 21 de abril de 2025, no Paquistão, e irá decorrer até 28 de abril, em simultâneo com uma campanha semelhante no vizinho Afeganistão. A operação tem como objetivo imunizar cerca de 45 milhões de crianças com menos de cinco anos em todo o país, recorrendo à administração da Vacina Oral contra a Pólio (OPV) por mais de 415 mil trabalhadores da linha da frente, que se deslocarão de porta em porta para garantir uma cobertura alargada.

Esta campanha surge num contexto de avanços encorajadores na luta contra o poliovírus selvagem tipo 1 (WPV1). O Paquistão não registou nenhum novo caso deste vírus desde 10 de fevereiro de 2025 e contabiliza apenas seis casos desde o início do ano, face aos 74 registados em 2024. Ainda assim, as autoridades alertam que o trabalho está longe de concluído. É necessário manter a vigilância epidemiológica e ambiental para garantir que não subsistem vestígios do vírus em amostras ambientais, o que exigirá um esforço contínuo de monitorização e resposta rápida a eventuais recusas à vacinação.

Os desafios persistem, nomeadamente devido à desinformação sobre as vacinas, que tem alimentado resistência em algumas comunidades, por vezes resultando em ataques a profissionais de saúde e forças de segurança que os acompanham. Ainda assim, as autoridades e parceiros internacionais, como a Organização Mundial de Saúde e o Rotary International, mantêm o compromisso de atingir uma cobertura de 100%, objetivo considerado fundamental para erradicar de forma definitiva este vírus paralisante e potencialmente mortal.

Os rotários são chamados a desempenhar um papel ativo na supervisão e apoio às campanhas nos seus próprios distritos, assegurando que nenhuma criança fique por vacinar. Esta mobilização em massa representa mais um passo decisivo rumo à erradicação global da poliomielite, num momento em que apenas o Paquistão e o Afeganistão mantêm transmissão endémica do vírus.