Mensagem mensal do Governador – outubro de 2024
Outubro, o mês do desenvolvimento económico comunitário
Ao longo dos seus quase 120 anos de existência, o Rotary tem vindo a contribuir de forma decisiva para a melhoria das condições de vida de muitas pessoas, em muitas regiões do mundo, dotando-as de infraestruturas tão básicas como as que permitem o acesso a água potável, ao saneamento e à educação. Mas, quando as estatísticas nos indicam que cerca de 800 milhões de pessoas vivem com menos de 1,90 USD por dia, devemos estar conscientes de que há ainda muito trabalho pela frente, na busca e implementação de soluções sustentáveis de combate à pobreza.
As pessoas mais carentes precisam de ter acesso a serviços financeiros, nomeadamente ao microcrédito, à poupança e aos seguros. O estímulo ao empreendedorismo, à criação de pequenas empresas, cooperativas e negócios geradores de emprego e riqueza é fundamental. Dotar as pessoas de literacia financeira é um fator essencial para o desejável sucesso desses negócios.
Existem muitas regiões do mundo onde o ensino de ofícios, a agricultura de subsistência e o acesso dos agricultores aos mercados podem e devem ser promovidos e melhorados. Através destas ações serão criadas oportunidades de trabalho produtivo e sustentável, com remuneração adequada, que permitirão reduzir a pobreza nas comunidades.
Impõe-se, pois e antes de mais, investir nas pessoas, na sua educação, na sua formação direcionada ao exercício de atividades produtivas e geradoras de riqueza de forma mensurável e sustentável. Colocar dinheiro em cima das necessidades poderá ser o mais fácil, confortável e gerador do sentimento de “obrigação cumprida”, mas, muitas vezes, não é a melhor opção, como, aliás, a realidade nos tem vindo repetidamente a demonstrar.
Mês para pensar na pólio
Neste mês a atenção dos rotários volta-se para o tema da Pólio. Em 24 de outubro assinalamos o Dia Mundial de Combate à Pólio e todos somos convocados à ação. Apesar de esta doença já não existir no nosso país há várias décadas, a verdade é que ainda não foi erradicada da face da terra e esse é um compromisso de Rotary. Desde que, em 1979, decidimos comprar e distribuir a vacina contra a pólio a mais de seis milhões de crianças nas Filipinas, um longo caminho foi percorrido e grandes foram os resultados obtidos. Mais de 2,5 biliões de crianças foram vacinadas e a doença é endémica “apenas” no Paquistão e no Afeganistão. Mas é este “apenas” que nos continua a preocupar. Como afirmou Catherine Russell, Directora Executiva da UNICEF, “Apesar dos enormes progressos, a poliomielite ainda paralisa demasiadas crianças em todo o mundo – e mesmo uma criança é demasiada”.
O caso recente de aparecimento do vírus em Gaza mostrou-nos que situações agudas de insalubridade criam as condições propícias à propagação e evidenciou-nos a necessidade de vacinação de mais de 600 mil crianças com menos de 10 anos de idade. Fácil se torna, assim, perceber que os nossos esforços no combate à poliomielite têm de continuar.
Todos os clubes, todos os rotários, deverão, neste mês de outubro, desenvolver ações destinadas à obtenção de fundos para o combate à pólio e continuar a sensibilizar o mundo para o facto de que a doença não terminou e de que é necessário continuar a vacinação. Unamo-nos, pois, no apoio à nossa Rotary Foundation, para, com magia, mas, sobretudo, com muita dedicação e trabalho, continuarmos a transformar vidas!
António Simões Pinto, Governador do Distrito 1970