Rotary International

Conectar e proteger o nosso planeta insubstituível

Por Mark Daniel Maloney

Quando iniciei o meu mandato como Presidente do Rotary International em 2019, lancei um apelo à ação aos nossos membros sob a forma de um tema: O Rotary Conecta o Mundo. Para mim, isto era mais do que um simples lema — refletia a minha crença profunda no Rotary e na grande oportunidade que temos de fortalecer as nossas relações pessoais e aproveitar os laços históricos com organizações como as Nações Unidas, para impulsionar mudanças duradouras no mundo.


Em 2020, à medida que o meu mandato chegava ao fim, o Rotary assumiu um compromisso fundamental com a proteção do ambiente, tornando-o numa nova área de destaque. Esta decisão refletiu a minha convicção pessoal sobre a importância da preservação ambiental, algo que eu e a minha esposa, Gay, temos mantido vivo através da criação de um fundo para apoiar projetos ambientais.


No passado mês de novembro, tive o privilégio de representar o Rotary num evento mundial que esteve totalmente alinhado com estas crenças e paixões. Liderei uma delegação de membros do Rotary, altamente informados e notavelmente dedicados, na 29.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, conhecida como COP29, em Baku, no Azerbaijão. Estes membros, sob a liderança de Alberto Palombo, responsável técnico da Cadre para o ambiente, e Mohamed Delawar, membro da Rede de Representantes do Rotary, demonstraram até que ponto o Rotary evoluiu nos últimos cinco anos para expandir o seu compromisso histórico com a proteção ambiental.


Desde então, a nossa rede global de 1,2 milhão de membros enfrenta os desafios ambientais com energia e criatividade, abordando algumas das questões mais urgentes do planeta, incluindo as alteraçõePor Mark Daniel Maloney
s climáticas, a perda de biodiversidade e a poluição por resíduos e plásticos. A COP29 representou uma oportunidade inestimável para interagirmos com fatores-chave no setor ambiental e partilharmos o modelo comunitário do Rotary para a ação local.


Eis o que retirei da experiência:


1- O Rotary tem um papel único a desempenhar: A COP29 reuniu líderes influentes, representantes governamentais e organizações com vastos recursos, todos profundamente envolvidos nos esforços ambientais e de combate às alterações climáticas. Como interveniente mais recente nesta área, o Rotary traz uma abordagem inovadora e complementar. A nossa força reside na mobilização local e no empoderamento das comunidades. Através dos nossos modelos de concessão de subsídios e projetos de serviço, os nossos membros proporcionam as ferramentas e os recursos essenciais para que as comunidades liderem ações climáticas significativas, assegurando que as soluções são simultaneamente impactantes e sustentáveis.


2- O envolvimento dos jovens é crucial: A participação dos jovens na COP29 foi verdadeiramente inspiradora e motivadora. Os jovens estão na linha da frente do ativismo climático, trazendo novas perspetivas e uma energia inesgotável. Além disso, são eles que mais têm a perder, pois serão os futuros guardiões do nosso planeta. O seu compromisso apaixonado com a luta contra as alterações climáticas relembra-nos da responsabilidade de proteger as gerações futuras. O trabalho dos membros do Rotaract e os investimentos contínuos do Rotary em programas para jovens são essenciais para formar a próxima geração de líderes ambientais.

3- O papel do financiamento: Um dos principais temas discutidos na COP29 foi a necessidade de um maior investimento global em soluções climáticas, através de negociações de alto nível e da colaboração entre governos, instituições financeiras e organizações de desenvolvimento. As discussões realçaram a urgência de modelos de financiamento inovadores e escaláveis para apoiar projetos de desenvolvimento sustentável e iniciativas de resiliência climática. Embora em menor escala, a The Rotary Foundation pode continuar a desempenhar um papel fundamental neste cenário, fornecendo financiamento essencial através dos nossos subsídios globais, permitindo que projetos climáticos locais beneficiem diretamente as comunidades e contribuam para objetivos ambientais mais amplos.


Ao refletir sobre a minha experiência na COP29, estou mais convencido do que nunca da oportunidade e da responsabilidade única do Rotary em garantir que as gerações futuras herdam um planeta belo e sustentável. A capacidade do Rotary para mobilizar comunidades, construir relações a nível local e global e fornecer financiamento através dos seus programas coloca-nos numa posição privilegiada para continuar a desempenhar um papel essencial na construção desse futuro.


Sinto um enorme orgulho por todos os membros do Rotary em todo o mundo que aceitaram este desafio. Quando olho para trás e recordo mais de 40 anos de envolvimento no Rotary — uma jornada que começou quando participei na Convenção do Rotary de 1985, em Kansas City, Missouri, onde Albert Sabin inspirou o Rotary a assumir o desafio de vacinar todas as crianças do mundo — tenho demasiadas memórias preciosas para enumerar na íntegra.


Sinto-me abençoado por ter feito parte da promessa histórica do Rotary às crianças do mundo de erradicar a pólio. E tenho também uma profunda esperança de que o Rotary continuará a conectar o mundo durante muitas décadas, ajudando a proteger o nosso planeta e a construir uma paz duradoura para toda a humanidade.


Mark Daniel Maloney é Presidente do Conselho de Curadores da Fundação Rotária e foi Presidente do Rotary International em 2019-20. É sócio da firma de advogados Blackburn, Maloney & Schuppert, LLC, especializado em fiscalidade, planeamento sucessório e direito agrícola. É membro da Associação Americana da Advocacia, da Ordem dos Advogados do Estado do Alabama e do Instituto de Direito do Alabama, além de ter sido presidente da Ordem dos Advogados do Condado de Morgan.