Casas de banho públicas: um dos primeiros projetos do Rotary
Por Rotary International
Um dos primeiros projetos do Rotary ajudou a levar casas de banho públicas a Chicago, uma cidade industrial em rápido crescimento no centro-oeste dos Estados Unidos, onde o Rotary foi fundado em 1905. Os membros do clube não construíram as casas de banho por conta própria, como hoje em dia. Mas, tal como atualmente, trabalharam com outros grupos para sensibilizar a população sobre a necessidade de saneamento naquela área urbana ao mesmo tempo que procuravam o financiamento do projeto.
Essas casas de banho públicas, então conhecidas como “estações de conforto”, eram normalmente estruturas subterrâneas situadas em locais movimentados, como parques e praças públicas. Líderes de várias cidades americanas destacaram a necessidade dessas infraestruturas, e os rotários de Chicago fizeram parte desse movimento.
O fundador do Rotary, Paul Harris, e Donald Carter trabalharam com diferentes membros do clube e outras organizações para criar um plano para a construção de casas de banho públicas na cidade e angariar apoio para a iniciativa.
Em outubro de 1907, o jornal Chicago Daily Tribune (atualmente Chicago Tribune) noticiou que o Rotary Club de Chicago tinha elaborado planos para a construção de casas de banho públicas no distrito do centro da cidade conhecido como Loop. O clube organizou um fórum sobre o assunto no final desse mês, sublinhando que “o tema tem muitas vertentes e pode ser tratado da melhor forma possível se começarmos por reconhecer esse facto e a sua importância”. Representantes do clube, da cidade e de outras organizações locais participaram na reunião, numa discussão que abordou a necessidade da cidade de Chicago se manter atualizada com as práticas mais recentes de melhoramento urbano e analisou quem poderia financiar o projeto e qual o impacto que este poderia ter nas condições sanitárias e na saúde pública da cidade.
Os esforços do clube foram reconhecidos para além de Chicago. Em dezembro, a revista semanal Charities and the Commons, publicada em Nova Iorque e dedicada a questões sociais, noticiou um estudo que referia a falta de instalações públicas de higiene em Chicago.
O projeto enfrentou a oposição da Associação de Cervejeiros de Chicago e da Associação de Lojas de Departamento da rua State, que representavam empresas que já disponibilizavam casas de banho públicas. De acordo com as convenções sociais da época, os homens podiam utilizar casas de banho em bares ou nos seus próprios locais de trabalho. Já o acesso das mulheres a estas instalações era mais restrito. Muitas vezes, as únicas casas de banho consideradas apropriadas para elas eram as das lojas de departamento, onde se esperava que fizessem compras.
Na altura, Chicago estava a construir uma nova câmara municipal e foi sugerida a inclusão de casas de banho públicas no edifício. Em março de 1908, pelo menos um local tinha sido aprovado, e outros estavam a ser considerados. A cidade de Chicago e o condado de Cook contribuíram, cada um, com cerca de 20.000 dólares para o projeto.
Quando o edifício da câmara municipal estava prestes a ser concluído, em janeiro de 1911, o Chicago Daily Tribune noticiou: “No subsolo, existem instalações públicas de higiene para homens e mulheres, com entrada na esquina das ruas Washington e LaSalle”.
Mais tarde, Paul Harris recordou que foram propostas mais casas de banho públicas, mas a falta de financiamento impediu a expansão da iniciativa. Também se previa a construção de estradas subterrâneas no futuro, o que poderia exigir uma abordagem diferente.
Hoje, a marca de uma das entradas ainda pode ser vista na parede exterior da câmara municipal, ao longo da rua LaSalle. E os membros do Rotary continuam a trabalhar para levar água potável e saneamento a comunidades de todo o mundo.
— Março de 2025