Rotary International

Camisola vermelha “End Polio Now” cria momento especial

Coordenadores da EPN e membros do Rotary num jantar em Chicago que deu origem a uma oportunidade para partilhar a importância da erradicação da pólio.

Por Nikola Božić, Coordenador da campanha End Polio Now para a Zona 21 e membro do E-Club da Sérvia

Alguns dos momentos mais marcantes no Rotary surgem quando menos esperamos. Foi exatamente isso que me aconteceu recentemente, após um longo dia de reuniões na sede do Rotary International em Evanston, Illinois, EUA.

Depois de preparar sessões de formação futuras, juntei-me a cerca de uma dúzia de colegas do Rotary para jantar em Chicago. Tinha sido um dia intenso, cheio de estratégia e planeamento, e reunimo-nos simplesmente para relaxar, comer e desfrutar da companhia uns dos outros. Por acaso, estava a usar a minha camisola vermelha “End Polio Now”, algo que costumo fazer porque representa uma campanha que apoio e que me é muito querida, e que também desperta conversas.

A meio do jantar, a esposa do dono do restaurante aproximou-se da nossa mesa. Pediu desculpa por interromper e perguntou se estava tudo bem. Depois, virou-se para mim e disse: “Vejo que está a lutar para acabar com a pólio. O meu marido é sobrevivente da pólio.”

Ela explicou como o marido contraiu a doença há décadas, nos Estados Unidos, e o que isso significou para a família. E então, com a voz carregada de emoção, disse simplesmente: “Obrigada. Obrigada pelo que o Rotary está a fazer.”

Nesse momento, a nossa campanha global para erradicar a pólio, que por vezes parece apenas números, estratégias e metas, tornou-se profundamente pessoal outra vez. Já não estávamos apenas a falar de algumas dezenas de casos em 2024 ou dos países endémicos que restam, como o Paquistão e o Afeganistão. Estávamos a falar de um homem que sobreviveu à pólio, que vive ali mesmo em Chicago, cuja vida foi para sempre transformada por uma doença que estamos comprometidos a erradicar.

Lembrei-me de duas verdades importantes. Primeiro, a pólio não é história antiga. A doença moldou vidas em mais de 120 países há apenas algumas décadas. Foi eliminada na maioria deles, mas a ameaça continua real e, enquanto o vírus existir em qualquer parte do mundo, representa um risco em todo o lado. Segundo, levar a mensagem do Rotary, mesmo nas costas de uma camisola, pode criar oportunidades inesperadas. Liga-nos a pessoas fora do Rotary que partilham a nossa visão de um mundo mais saudável e seguro.

Este encontro também renovou a minha convicção de que a sensibilização deve ser contínua. Muitas vezes, a pólio só surge nas nossas conversas em outubro, por ocasião do Dia Mundial da Pólio, ou durante campanhas de angariação de fundos. Mas histórias como esta lembram-nos porque é que devemos manter viva a chama durante todo o ano, através da educação, da defesa da causa e da partilha de histórias humanas que tornam a pólio real.

Nessa noite, uma simples camisola vermelha transformou um jantar num momento de gratidão, ligação e inspiração. Foi um lembrete de que cada rotário tem o poder de ser embaixador da nossa promessa às crianças do mundo. E foi mais uma razão para eu acreditar, com absoluta certeza, que não se trata de saber se vamos acabar com a pólio, mas quando.